Avaliação positiva de Dilma despenca para 31,3% neste mês, ante 54,2% em junho
BRASÍLIA, 16 Jul (Reuters) - As manifestações populares que tomaram as ruas em todo o país continuam cobrando seu preço do governo da presidente Dilma Rousseff, com forte queda de popularidade e um caminho bem mais complicado para a reeleição, mostrou pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira.
Segundo o levantamento do instituto MDA e encomendado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), 31,3 por cento dos entrevistados fizeram uma avaliação positiva do governo neste mês, ante 54,2 por cento em junho.
Já 38,7 por cento veem o governo como regular, ante 35,6 por cento no mês passado. A avaliação negativa mais do que triplicou, passando a 29,5 por cento, ante 9 por cento. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.
A aprovação do desempenho pessoal de Dilma desabou para 49,3 por cento neste mês, ante os 73,7 por cento registrados em junho. Já a taxa dos que desaprovam o desempenho da presidente pulou para 47,3 por cento, em comparação aos 20,4 por cento anteriores.
As manifestações populares foram aprovadas por 84,3 por cento dos entrevistados. Segundo o levantamento, 49,7 por cento argumentaram que o alvo principal dos protestos foram os "políticos em geral".
No mês passado, manifestantes tomaram as ruas do país para reivindicar melhores serviços públicos e combate à corrupção, entre outras demandas.
Para 21 por cento, as manifestações eram contra o "sistema político do Brasil" e 15,9 por cento responderam que os protestos foram contra a "presidente da República".
Para 24,6 por cento, a atuação de Dilma frente às manifestações foi ótima ou boa, enquanto 40,3 por cento consideraram a reação da presidente regular e 30,7 por cento viram sua atuação como ruim ou péssima.
CORRIDA ELEITORAL
Esses números ajudam a explicar ainda as fortes mudanças no quadro eleitoral para o ano que vem.
Agora, 44,7 por cento afirmaram que não votariam em Dilma em 2014 "de jeito nenhum". Para o presidente da CNT, senador Clésio Andrade (PMDB-MG), "a situação dela não é muito boa... pode recuperar um pouco, mas não como era".
O levantamento anterior mostrava no cenário principal Dilma com 54,2 por cento das intenções de voto, percentual reduzido agora a 33,4 por cento. O seu principal adversário naquele momento era o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, que passou de 17,0 por cento para 15,2 por cento.
Já Marina Silva (sem partido) foi quem deu o maior salto em pontos na pesquisa. A ex-senadora, que teve cerca de 20 milhões de votos na disputa presidencial de 2010, pulou de 12,5 por cento das intenções de voto para 20,7 por cento nesta sondagem.
O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, também subiu, passando de 3,7 por cento para 7,4 por cento.
Outra mudança importante em relação à pesquisa de junho foi o percentual de eleitores que respondeu que não votaria em nenhum desses candidatos ou anularia o voto, que subiu de 8,4 por cento para 17,9 por cento. Para Andrade isso demonstra "uma rejeição total aos políticos".
Foram entrevistadas 2.002 pessoas entre os dias 7 e 10 de julho, em 134 municípios de 20 Estados das cinco regiões do país.
(Reportagem de Jeferson Ribeiro)
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