Protesto em SP pede esclarecimento da morte de jovem gay

Investigação da polícia indica que Kaique Augusto dos Santos se matou.
Parentes e amigos do adolescente acreditam que ele foi assassinado.
Jovens pedem esclarecimento de morte de jovem gay (Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo)Jovens pedem esclarecimento de morte de jovem gay (Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo)
Manifestantes ligados ao movimento LGBT protestavam na noite desta sexta-feira (17), no Centro de São Paulo, pedindo o esclarecimento da morte de um adolescente gay no fim de semana. Kaique Augusto dos Santos, de 17 anos, foi encontrado morto sob o Viaduto Nove de Julho, no Centro de São Paulo, no sábado (11).
Investigação preliminar da polícia indica que o jovem cometeu suicídio. O estado do corpo do jovem, porém, levou sua família a acreditar que ele foi assassinado. "Arrancaram todos os dentes  e espancaram muito a cabeça dele. Ele foi vítima de homofobia. Nós acreditamos nisso. Não tem prova, mas a gente acredita que foi isso", disse Tainá Uzor, irmã do jovem.
Os parentes da vítima ficaram dois dias procurando o rapaz em hospitais e no Instituto Médico Legal (IML). Por estar sem documentos, o corpo ficou até terça-feira (14) no IML como indigente.
Nesta sexta, amigos e militantes protestavam no Largo do Arouche. Além de homenagear Kaique, pediam o fim da homofobia. Thiago dos Santos Duarte, 21 anos, afirma que esteve com o jovem horas antes de o adolescente ser encontrado morto. Ambos estavam na "Festa dos Pesados", promovida pelo espaço PZA, casa noturna no Centro de São Paulo, na noite do dia 11.
Thiago revela que se despediu de Kaique por volta de 6h30 de sábado e viu o garoto ir embora sozinho. "Ele estava feliz, alegre, super sorridente", recorda. Thiago afirma que Kaique havia consumido bebida alcoolica durante a balada, mas não estava embriagado quando saiu. "Ele tinha bebido, mas estava consciente." O rapaz rechaça a hipótese de suicídio levantada pela Polícia Civil. "Ele não tinha motivos para isso."
Um dos responsáveis pelo ato, o funcionário público Gedilson dos Santos Procópio da Silva, de 28 anos, disse que quer que a Secretaria da Segurança Pública (SSP) responda a uma série de questões sobre o caso. Os manifestantes pretendem ir até o Viaduto Nove de Julho, onde o jovem morreu, e seguir até a sede da SSP, também no Centro. “Nós queremos saber o que aconteceu com ele (Kaique). Resolvemos criar o ato por causa de ele ser gay. Existe indícios de que tenha sido um ato homofóbico.”
Manifestantes durante ato contra a homofobia no Centro de SP (Foto: Lívia Machado/G1)Manifestantes durante ato contra a homofobia no Centro de SP (Foto: Lívia Machado/G1)

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