São Paulo -  Um vídeo gravado por um investigador particular mostra o diretor executivo da indústria Yoki Marcos Kitano Matsunaga, de 41 anos, acompanhado por uma mulher em um restaurante da capital paulista um dia antes de ser morto e esquartejado, no dia 19 de maio. A mulher do executivo, Elize Matsunaga, de 30 anos, contratou o detetive para seguir o marido. Elize confessou ter atirado em Marcos e espalhado os pedaços do corpo em uma região de mata próximo à Cotia.
Imagens mostram executivo com mulher um dia antes de morrer | Foto: Reprodução Internet
Imagens mostram executivo com mulher um dia antes de morrer | Foto: Reprodução Internet
No vídeo divulgado com exclusividade pelo programa "Fantástico", da Rede Globo, mostra o diretor é visto saindo de um restaurante com uma mulher. Eles estão abraçados enquanto esperam um manobrista trazer o carro.

Elize estava viajando para o Paraná no dia da gravação. Ela contratou o detetive para espionar o marido enquanto estivesse fora da cidade. As imagens gravadas pelo detetive podem ter provocado a briga que terminou com o assassinato do executivo. As partes de seu corpo só foram encontradas oito dias após sua morte.
Briga
Em depoimento à polícia, Elize afirmou que Marcos ficou irritado com a "audácia dela de colocar um detetive atrás dele com o dinheiro dele" e a chamou de "vadia e vaca". De acordo com a mulher, ele se irritou, se levantou e deu um tapa no rosto dela. Elize disse ainda que o marido ameaçou "sumir com a filha" e interná-la "para que ela não levasse a filha para longe dele".
Nesse momento, Elize afirma ter apontado para a cabeça do marido uma pistola 380, que o próprio Marcos havia dado como presente à ela e que estava em uma cômoda do apartamento. Ela relatou que o executivo "começou a rir e a chamá-la de fraca e burra" e que voltou a ameaçá-la: "Disse que a vara da família ia saber que ela era prostituta e que ela não tinha condições de ficar com a filha".
Cerca de dez horas após do crime, ela esquartejou o corpo de Marcos. Por volta das 11h do dia seguinte, Elize aparece em imagens gravadas pelo circuito interno do précio no elevador de serviço, com três malas, e deixa o edifício na Vila Leopoldina, na Zona Oeste de São Paulo.
Ela afirmou à polícia que iria para o Paraná, mas resolveu voltar. Os pedaços do corpo do marido foram jogados em cinco lugares diferentes na região de Cotia. As malas foram jogadas em uma caçamba e a faca, na lixeira de um shopping. Cerca de doze horas após de sair de casa, Elize reaparece nas imagens do elevador do prédio.
Comportamento incomum
Uma das três empregadas do casal estava no apartamento quando Elize voltou para a casa. A funcionária diz que não notou nada diferente quando chegou, mas que, no dia seguinte, a patroa fez pedidos incomuns. “Lavar os lençóis, lavar o cobertor, tirar capa de edredom. Aí eu falei pra ela ‘dá pra esperar um pouquinho mais tarde?’ Ela falou: ‘Não, vamos tirar agora.’ Aí eu fui até o quarto com ela e tirei”, contou.
A empregada conta que notou a ausência do executivo e perguntou pelo patrão. "Eu coloquei a mesa do café, ela tomou café, eu perguntei: ‘O seu Marcos não vai tomar café?’ Ela falou: ‘Não, ele não dormiu em casa’. Chegou a hora do almoço, eu coloquei dois lugares como sempre. Ela almoçou, tornei a fazer a pergunta. ‘Ele não vem almoçar?’ ‘Não, ele não vem almoçar’. Na hora da janta eu fiz a mesma pergunta: ‘Eu coloco dois lugares ou um?’ ‘Não, coloca os dois, de repente ele aparece pra almoçar, pra jantar.’ E aí ele não apareceu, e a gente parou de fazer pergunta".
Segundo a empregada, dois dias depois, diante de mais perguntas, Elize afirmou que achava que o marido havia sido sequestrado.