Tornou-se comum encontrar carcaças de animais mortos em fazendas e estradas do sertão
Em algumas regiões do sertão do nordeste não chove há mais de um ano. O
prejuízo dos criadores de gado pode ser visto às margens das rodovias,
onde há dezenas de carcaças de animais. Estima-se que das 30 milhões de
cabeça de gado criadas em todo o nordeste, 6 milhões morreram, cerca de
20% do total. Esta é a pior seca dos últimos 30 anos na região. Em
Penaforte, no interior do Ceará, os poucos animais que resistiram estão
magros e sem força. O secretário de Agricultura da cidade, Geová Júnior
de Oliveira, explicou que, mesmo que chova, esses animais já não têm
mais condições de pastar. — A situação é ruim. O gado não tem mais força
o suficiente para pastar. É assim também com a chuva: o terreno fica
mole e impróprio pra o gado andar, porque ele está fraco e não tem mais
como fazer grande deslocamento.
Caminhões-pipa do governo percorrem as fazendas distribuindo água, mas
só quem tiver cadastrado que pode receber. Nem sempre a quantidade
levada é suficiente para encher as cisternas. Em outra região do sertão,
a estiagem acabou com 80% da safra de feijão e 95% da plantação de
milho.