Cursos online: por que eles podem ser o futuro da educação?

Curso Online Aberto e Massivo, vindo do inglês Massive Open Online Course (MOOC). O termo não é muito conhecido, mas você já deve ter ao menos ouvido falar nisso.
Eles são cursos abertos que funcionam por meio de ferramentas de Web 2.0 e redes sociais com o intuito de ampliar conhecimentos e trocar experiências.
Um dos mais conhecidos exemplos da atualidade é o Coursera, sistema fundado por Andrew Ng e Daphne Koller, professores de Ciência da Computação da Universidade Stanford. Atualmente, o Coursera funciona em parceria com 46 universidades, sendo 30 dos Estados Unidos e o restante de países como Espanha, Alemanha, Austrália, Canadá, França, Dinamarca, Suíça, entre outros.
O brasileiro Veduca foi um dos primeiros portais a lançar projetos de MOOC na América Latina, em parceria com a USP. O projeto também já conta com disciplinas de universidades como Harvard, Yale, MIT, Columbia e Stanford. Neste caso, qualquer pessoa com acesso à internet pode fazer os cursos e alguns certificados já são emitidos (para isso, é preciso fazer provas presenciais).

O boom do MOOC

O grande destaque dos cursos massivos à distancia na mídia internacional começou exatamente com a ampliação de investimentos financeiros de universidades em projetos de MOOCs. Alguns especialistas no mercado apontam que os MOOCs são, na verdade, uma forma inteligente que universidades encontraram para testar e aprimorar o ensino à distancia.

Com isso, o jornal The New York Times, elegeu 2012 como “O ano dos MOOCs”. O acesso a conteúdo de grandes universidades com a independência de barreiras físicas é tido como o principal motivo para que os cursos estejam virando uma febre na rede. Cerca de 61,5% das inscrições do Coursera, por exemplo, são de fora dos Estados Unidos, incluindo regiões remotas e de difícil acesso.

O outro lado da moeda

Ao mesmo tempo em que aumentam as ofertas de cursos online gratuitos em parceria com universidades de peso, alguns educadores se posicionam de maneira contrária ao compartilhamento de conhecimento na rede.
Na Califórnia, legisladores tentam exigir que universidades aceitem créditos de estudantes em disciplinas cursadas em MOOCs, algo que gerou uma enorme discussão, fazendo com que centenas de educadores se posicionassem contra cursos online como uma forma efetiva de se adquirir conhecimento.
Para os educadores Jason Lane e Kevin Kinser, os MOOCs são, na verdade, um grande problema e não uma solução. “Milhares de estudantes em todo o mundo tendo o mesmo curso, com o mesmo conteúdo, com o mesmo instrutor. E esse é o problema. O MOOC é o início da McDonaldização do ensino superior”.
Eles também citam a falta de relações interpessoais e a diminuição de troca de culturas que existe em cursos com a presença física. Para eles, “universidades internacionais” não podem funcionar apenas com ferramentas para replicar conteúdo na rede.
Já Philip B. Stark, professor de estatística na UC Berkeley diz que é possível ter cursos em plataformas online de qualidade e que é uma perda de tempo que universidades gastem energia se posicionando contra o sistema.
“Eu já ministrei cursos híbridos e cursos online massivos com cerca de 52 mil alunos e sei que é muito difícil comparar a qualidade pedagógica de um bom curso face a face com um curso online, mas, se falamos de conteúdos universitários online de qualidade, eles  devem sair de grandes universidades e não de qualquer provedor comercial”, diz ele.

Educação à distancia: tendência de ensino


Os MOOC são frutos de desenvolvimentos mais recentes na área de educação à distância. Embora a participação em um MOOC possa ser semelhante a um curso universitário, eles não exigem pré-requisitos e, em sua grande maioria, não oferecem certificados.
No entanto, cursos à distância são cada dia mais aceitos no meio acadêmico, algo que pode mudar também o reconhecimento de cursos abertos e massivos, além de mostrar que a inclusão de disciplinas à distância em cursos universitários é algo muito difícil de conter.
Mara Lúcia Fernandes Carneiro, secretária de Educação à Distância da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), disse em entrevista à RBS que, no futuro, não haverá mais diferenças entre cursos presenciais e cursos à distância. Para ela, cada curso pode oferecer diferentes possibilidades de adequação ao conteúdo de suas aulas.
Segundo Carneiro, um dos ganhos de um curso feito de forma híbrida estaria em um melhor aproveitamento das habilidades dos alunos. “Um estudante que vivencia atividades à distância certamente se torna mais autônomo e organizado, aprende a trabalhar de forma mais colaborativa, acredita na busca constante pelo conhecimento e, assim, amplia sua experiência nos cursos presenciais”, diz ela.

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