Google e Microsoft bloquearão buscas de imagens de abuso infantil

O sistema, que só funciona em inglês, será testado na Grã-Bretanha e posteriormente traduzido para mais de 150 idiomas
Eric Schmidt, presidente da Google
Eric Schmidt, presidente da Google
O Google e a Microsoft bloquearão até 100.000 termos que costumam ser utilizados para buscar imagens de abuso infantil na internet, informou nesta segunda-feira o Daily Mail. Em artigo publicado pelo jornal britânico, o executivo-chefe do Google, Eric Schmidt, confirma que uma equipe especializada de 200 pessoas introduziu novos algoritmos nos sistemas de busca para garantir que ao introduzir essas palavras-chave não apareçam resultados.
Em seu artigo, Schmidt também afirmou que “não há uma solução técnica rápida quando se trata de detectar imagens de abuso sexual infantil”. Isso ocorre porque os computadores e os algoritmos não podem distinguir de forma confiável, por exemplo, diferenças entre fotos publicitárias de crianças tomando banho e imagens eróticas. “Então, nós sempre precisaremos ter uma pessoa para rever as imagens”, escreveu Schmidt. Uma vez que a imagem ilegal é detectada, ela ganha uma “impressão digital” única. Isso permite que os buscadores como o Google identifiquem e bloqueiem a imagem sempre que ela aparecer em seus sistemas.
“Essas mudanças limparam os resultados para cerca de 100.000 pedidos de busca que podem estar relacionados ao abuso sexual de menores”, explica Schmidt. O dirigente do Google adianta que, após ser testado na Grã-Bretanha, o sistema de bloqueio se estenderá para outros países de língua inglesa e, nos próximos seis meses, será traduzido para outros 158 idiomas.
A Microsoft, que opera o Bing e tem parceria com o Yahoo!, também bloqueou a obtenção de resultados em seus buscadores. Além disso, mais de 13.000 termos relacionados ao abuso sexual de menores levarão a advertências sobre a ilegalidade da atividade e oferecerão aos usuários o contato de centros de ajuda.
Em entrevista ao jornal, o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, classificou como um “avanço significativo” a decisão tomada por Google e Microsoft. O primeiro-ministro advertiu que se as empresas “descumprirem seus compromissos”, criará legislação para obrigá-las a cumprir.
As organizações de proteção da infância alertaram, no entanto, que a maioria das imagens de abusos de crianças não é obtida através de buscas pela internet - está em redes ocultas de pedófilos. Em resposta, os dois gigantes da informática concordaram em colaborar com a Agência Britânica Contra o Crime para identificar as redes que contêm esse tipo de imagens ilícitas.
A agência anunciou que trabalhará com o FBI americano para desmantelar as redes de pedófilos que se comunicam entre si e trocam material ilícito através de mensagens criptografadas.
(Com agência EFE)

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