Só para que tenham uma ideia, em média, morrem 11 mil
pessoas a cada seis meses nas rodovias norte-americanas. Esse número
equivale ao total de mortos em acidentes aéreos no mundo todo desde a primeira queda de um avião comercial
há 40 anos. De fato, morreu menos gente em acidentes com aviões
comerciais nos EUA nos últimos 60 anos do que a média de mortes em
rodovias a cada três meses.
No entanto, as pessoas continuam tendo medo de voar (ainda que não tenha nenhuma ameaça terrorista no horizonte), até ao ponto de que as caixas pretas dos aviões se converteram em algo meio que parecido com objetos mitológicos que, dispersas pelo mundo, dão boa conta das milhares de vítimas em avião. Em realidade, dita caixa não é negra, e há mais de uma.
Há pessoas que crêem que as poltronas próximas às asas ou nos fundos da aeronave são as mais seguras. No entanto não há nenhuma fundamentação que corrobore o conceito de que um lugar seria mais seguro que outro. O melhor conselho é que as explicações de precaução antes da decolagem sejam ouvidas a cada vôo, bem como as solicitações durante este.
A decolagem e a subida até a altitude de segurança e a descida para o pouso são os períodos mais propensos ao acidente. Em termos mais simplistas, a decolagem e o pouso exigem demais do avião em termos físicos, bem como exigem as respostas mais rápidas e precisas da tripulação. Três quartos dos acidentes ocorrem durante essas duas curtas fases de um vôo.
Grande parte deste medo irracional dos vôos comerciais reside em como os meios de comunicação apresentam os acidentes aéreos: simplesmente empregam tantas páginas para falar dos acidentes e tão poucas à ausência de acidentes, que dá a impressão de que a cada dia um avião se espatifa pelo mundo. Mas não é bem assim.
De fato, um exemplo de imprensa que apresentou uma notícia muito eloquente a respeito: em 12 de janeiro de 2009, a primeira página do diário USA Today titulava: "Há dois anos as linhas aéreas não fazem uma só vítima". Isto é, que apesar do progressivo aumento do número de vôos, durante os anos anteriores 2007 e 2008 ninguém morreu por causa de um acidente aéreo.
É toda uma meta, porque desde 1958 essa possibilidade de passar um ano inteiro sem acidentes mortais aconteceu apenas em quatro ocasiões. Contudo, mesmo assim, dada a enormidade de vôos comerciais que acontecem a cada dia, as probabilidades de morrer são remotíssimas. Ademais algo que a maioria das pessoas não sabem é que a maior parte dos acidentes aéreos saldam sem vítimas.
Segundo Arnold Barnett, professor do MIT, qualquer garoto de um país industrializado tem mais probabilidades de ser escolhido presidente de seu país em algum momento de sua vida do que morrer em um avião de passageiros.
Steven Johnson abunda no assunto em seu ótimo livro Future Perfect:
No entanto, as pessoas continuam tendo medo de voar (ainda que não tenha nenhuma ameaça terrorista no horizonte), até ao ponto de que as caixas pretas dos aviões se converteram em algo meio que parecido com objetos mitológicos que, dispersas pelo mundo, dão boa conta das milhares de vítimas em avião. Em realidade, dita caixa não é negra, e há mais de uma.
Há pessoas que crêem que as poltronas próximas às asas ou nos fundos da aeronave são as mais seguras. No entanto não há nenhuma fundamentação que corrobore o conceito de que um lugar seria mais seguro que outro. O melhor conselho é que as explicações de precaução antes da decolagem sejam ouvidas a cada vôo, bem como as solicitações durante este.
A decolagem e a subida até a altitude de segurança e a descida para o pouso são os períodos mais propensos ao acidente. Em termos mais simplistas, a decolagem e o pouso exigem demais do avião em termos físicos, bem como exigem as respostas mais rápidas e precisas da tripulação. Três quartos dos acidentes ocorrem durante essas duas curtas fases de um vôo.
Grande parte deste medo irracional dos vôos comerciais reside em como os meios de comunicação apresentam os acidentes aéreos: simplesmente empregam tantas páginas para falar dos acidentes e tão poucas à ausência de acidentes, que dá a impressão de que a cada dia um avião se espatifa pelo mundo. Mas não é bem assim.
De fato, um exemplo de imprensa que apresentou uma notícia muito eloquente a respeito: em 12 de janeiro de 2009, a primeira página do diário USA Today titulava: "Há dois anos as linhas aéreas não fazem uma só vítima". Isto é, que apesar do progressivo aumento do número de vôos, durante os anos anteriores 2007 e 2008 ninguém morreu por causa de um acidente aéreo.
É toda uma meta, porque desde 1958 essa possibilidade de passar um ano inteiro sem acidentes mortais aconteceu apenas em quatro ocasiões. Contudo, mesmo assim, dada a enormidade de vôos comerciais que acontecem a cada dia, as probabilidades de morrer são remotíssimas. Ademais algo que a maioria das pessoas não sabem é que a maior parte dos acidentes aéreos saldam sem vítimas.
Segundo Arnold Barnett, professor do MIT, qualquer garoto de um país industrializado tem mais probabilidades de ser escolhido presidente de seu país em algum momento de sua vida do que morrer em um avião de passageiros.
Steven Johnson abunda no assunto em seu ótimo livro Future Perfect:
"Vamos tomar como exemplo um episódio que demonstra quanto avançamos: em 1964 muitos aeroportos, a poucos passos da banca de revistas onde seguramente venderiam aquele exemplar da Popular Science, tinham uma mini-escritório onde qualquer um podia contratar às pressas um seguro de vida antes de subir no avião. Tinha um certo sento: a possibilidade de morrer em um acidente de vôo era uma entre um milhão. Hoje é cem vezes mais alta, isto é, hoje é mais fácil acertar na Sena do que morrer em um acidente de avião. Se a velocidade dos vôos tivesse crescido na mesma proporção, agora demoraríamos uns cinco minutos para ir de Paris a Londres".
No campo da segurança
aeronáutica é conhecido como Q: risco de morrer em um vôo escolhido de
maneira aleatória, que beira os 60 milhões. Isso significa que você
poderia voar a cada dia durante os próximos 164.000 anos antes de
perecer em um acidente aéreo.
Para que tenha uma ideia com mais perspectiva destes números, o Q em uma viagem em carro é ao redor de 1 entre 6 milhões, quase 10 vezes menos que o risco de morrer em um vôo, tal e qual afirma o jornalista Ben Sherwood em seu livro The Survivors Club.
Para que tenha uma ideia com mais perspectiva destes números, o Q em uma viagem em carro é ao redor de 1 entre 6 milhões, quase 10 vezes menos que o risco de morrer em um vôo, tal e qual afirma o jornalista Ben Sherwood em seu livro The Survivors Club.