O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse
nesta quinta-feira que promulgou o projeto de lei que proíbe testes em
animais na indústria de cosméticos, higiene pessoal e perfumes. Segundo o
governador, a fiscalização será feita pelo Estado, por meio da
Secretaria de Saúde.
"Nos debruçamos sobre o tema, estudamos profundamente,
inclusive a legislação internacional, ouvimos a entidade defensora dos
animais, a indústria cientista, pesquisadores da Fapesp, veterinários,
médicos, biólogos, enfim, ouvimos todo o setor e decidimos pela
promulgação da lei", disse.
Para o governador, a legislação internacional também
ajudou no debate, mas não foi o fator mais importante. "O fator decisivo
é você proteger os animais, como deve proteger o meio ambiente, os mais
indefesos. Aliás, é um princípio funcional não ter crueldade contra os
animais. A legislação comparada, a legislação internacional. ajudou no
debate e ouvir os setores envolvidos também," falou Alckmin.
Durante a declaração, o governador pediu a atenção do
governo federal, para que uma legislação nacional fosse elaborada.
"Entendemos que ainda se deve trabalhar por uma lei nacional, pois há
métodos alternativos à utilização de animais, como testes in vitro e
metodologia utilizando até computadores" falou.
Com a decisão do governador, São Paulo se torna o primeiro Estado a proibir o uso de animais na produção de itens estéticos.
Maus-tratos
contra animais<a
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href="http://noticias.terra.com.br/brasil/infograficos/maus-tratos-animais/iframe.htm">veja
o infográfico</a>
Ativistas retiram animais de instituto
Ativistas invadiram, por volta das 2h de 18 de outubro de 2013, a sede do Instituto Royal, em São Roque, no interior de São Paulo, para o resgate de cães da raça beagle que seriam usados em pesquisas científicas. Mais tarde, coelhos também foram retirados do local. Cerca de 150 pessoas participaram da invasão. Ao todo, 178 cães foram retirados do instituto. O centro de pesquisas era alvo de frequentes protestos de organizações pelos direitos dos animais.
Ativistas invadiram, por volta das 2h de 18 de outubro de 2013, a sede do Instituto Royal, em São Roque, no interior de São Paulo, para o resgate de cães da raça beagle que seriam usados em pesquisas científicas. Mais tarde, coelhos também foram retirados do local. Cerca de 150 pessoas participaram da invasão. Ao todo, 178 cães foram retirados do instituto. O centro de pesquisas era alvo de frequentes protestos de organizações pelos direitos dos animais.
Os
beagles são usados por ter menos variações genéticas, o que torna os
resultados dos testes mais exatos. Apesar de os ativistas relatarem
diversas irregularidades, perícia feita no Instituto Royal não constatou
indícios de maus-tratos aos animais. No dia seguinte à invasão, um novo
protesto terminou em confronto entre policiais militares e
manifestantes e provocou a interdição da rodovia Raposo Tavares. Quatro
pessoas foram detidas.
Em
nota, o Instituto Royal refutou as alegações dos manifestantes. "O
instituto não maltrata e nunca maltratou animais, razão pela qual nega
veementemente as infundadas e levianas acusações de maltrato a seus
cães. Sobre esse ponto, o instituto lamenta que alguns de seus cães,
furtados na madrugada da última sexta-feira, estejam sendo abandonados",
diz a nota, acrescentando que todas as atividades desenvolvidas no
local são acompanhadas por órgãos de fiscalização.
Marcelo
Morales, coordenador do Conselho Nacional de Controle de Experimentação
Animal (Concea) - órgão responsável pela fiscalização do setor -,
afirmou que nenhum animal retirado do laboratório sofria maus-tratos ou
tinha mutilações. De acordo com o médico, o instituto era acompanhado
pelo Concea, ligado aos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e
da Saúde, nos testes para medicamentos coadjuvantes na cura do câncer,
além de antibióticos e fitoterápicos da flora brasileira, feitos a
partir de moléculas descobertas por brasileiros. "Milhões de reais foram
jogados no lixo e anos de pesquisas para o benefício dos brasileiros e
dos animais também foram perdidos", disse o pesquisador.