Os gatos
domésticos fofinhos que conhecemos hoje provavelmente são descendentes
de uma espécie de gatos selvagens que vivem numa região desértica ao
leste do Mediterrâneo. É uma região seca, com pouca água disponível e
por isso não só os gatos, mas os animais e plantas da região são
adaptados para viverem com muito pouco deste recurso.
Há
muito tempo (cerca de 10 mil anos), quando a agricultura e estoque de
grãos iniciaram-se, os ratos começaram a frequentar os armazéns atraindo
aqueles gatos selvagens de clima seco da região. A presença dos gatos
acabou agradando as pessoas e então veio sua domesticação. Neste
processo, a facilidade de conseguir alimento, o cuidado humano entre
outras coisas, fizeram com que os gatos selvagens perdessem algumas
características e mantivessem outras, o que deu origem ao gato doméstico
que conhecemos. Eles deixaram de ser ariscos e violentos, no entanto
mantiveram outros traços como a adaptação para caçar presas em terra e
nas árvores, mas não na água. Essa característica foi herdada pelo gato
doméstico, pois ele já nasce com pouca afinidade a água.
Mesmo
conhecendo a origem desse hábito dos gatos, os especialistas não sabem
ao certo o que está por trás dele. Por isso, não se tem certeza de que
essa aversão é, por exemplo, por medo de se afogar, sentir frio ou
simplesmente exalar mau cheiro o que facilita a localização de um
possível predador. Na verdade, se um gatinho desde pequeno for
acostumado ao banho, é possível que o ato seja apreciado e pode até
mesmo causar prazer ao bichano. A evolução nunca pára e é bem possível
que depois de alguns milhares de anos, os gatos domésticos percam de vez
a aversão pela água. Enquanto isso, eles podem se limpar muito bem com
os caprichosos banhos de língua.